segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

São Geraldo, padroeiro de Braga


Há uma enorme confusão entre os bracarenses sobre o seu padroeiro.  Uns pensam ser Santa Maria de Braga que até figura no seu símbolo heráldico,  outros que é S. Matinho de Dume o conversor dos Suévos, mas a verdade é o que Padroeiro é São Geraldo,  primeiro Arcebispo de Braga, cuja evocação se celebra no dia 5 de Dezembro, data da sua morte ocorrida em 1108.
E é justo que tal distinção lhe seja dada, já que para além de ter tido grande influência religiosa, tornando-se arcebispo e elevando Braga à condição de metrópole, teve também enorme influência politica no sentido  da independência do Condado portucalense, estando por isso na origem de Portugal.
E porque se meteu São Geraldo nestas guerras se nem originário daqui era, pois era francês?
Muitas razões teria, mas aquela que mais consistência teria era a de que poderia ser o pai do Afonsinho, o que mais tarde viria a ser o nosso primeiro rei, e que portanto queria deixar ao filho um reino e torná-lo rei.
Na verdade o arcebispo Geraldo  era visita assídua do paço dos Condes portucalenses. Era amigo e conterrâneo  do Conde D. Henrique. Ambos estavam ligados à Ordem de Cluny já que D. Henrique era sobrinho de D. Hugo abade de Cluny e amigo de Geraldo.  Sabemos também que a galega Teresinha era mulher de muitos leitos, que nem sempre eram ocupados pelo marido, homem  com alguma idade que já não tinha o viço necessário para acudir ao desejo da jovem formosa. Depois é notória a predileção que São Geraldo tinha por fruta fresca. O único milagre que se lhe conhece realizou-se à hora da sua morte cobrindo em pleno Inverno as árvores com frutos frescos. Daí que não seja de por de lado o murmúrio popular de que era pai do Afonsinho. É claro que o arcebispo inventou aquela celebra frase. “ Mulher do meu amigo é homem para mim”. Mas nesse tempo, tal como na atualidade esse pensamento profundo nenhum valor praticável tem.
Uma coisa é certa, se é que certezas podemos ter a esta distancia temporal. Se o arcebispo não é pai, foi pelo menos ele que batizou o Afonsinho e pôs a Igreja bracarense ao serviço das lutas pela independência do condado do jugo de Castela. Por isso o título de padroeiro assenta-lhe muito bem.

Sem comentários:

Enviar um comentário