sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Fininho Marquês- O distraído


Já aqui tinha dito e reafirmo:  O Fininho  Marquês de São Vítor é um homem de lutas.
É só abrir os jornais da paróquia ou as rádios locais e lá aparece o Fininho a vociferar contra a Câmara, papagueando discursos repetitivos pela defesa das Sete Fontes ou na defesa das laranjeiras da Senhora-a-Branca. E ele gosta de aparecer nos jornais, penso até que deve ter uma avença paga nos diários, pois sempre que expele uma flatulência intestinal, logo aparece em parangonas nos pasquins locais.
Só que desta vez fiquei admirado, ou talvez não. Então não é que ele, distraído com a luta das laranjeiras, não deu por ela que debaixo de uma ponte situada na sua jurisdição autárquica, vivia, há seis meses, um casal em condições sub-humanas . Oh Fininho isso nem parece teu, então perderes a oportunidade de apareceres nos jornais com fotografia e tudo a denunciares, a "lutares" por dar um lar digno aquele casal, é de admirar. E foi confrangedor ver-te naquele ar patético, rebuscando nos teus conhecimentos históricos a existência dos antigos albergues dos quais só resta um e cheio e que portanto estavas impossibilitado de resolver o problema.
Admirado não fiquei, porque sendo o Fininho um homem de lutas conheço-lhe poucas ações. E esta exigia acção. As laranjeiras tomam-lhe o tempo todo. Não teve por isso, conhecimento  da situação e quando confrontado com ela, lamentou a falta de espaço no Albergue. Mas não era de albergue que este casal necessitava, era de uma casa digna, e aí o Fininho achou-se impotente, apesar de como autarca da mais rica freguesia de Braga, estar numa situação privilegiada para exigir da Braghabit um alojamento condigno para o casal. O João Pastorinho que se queixa sempre deter o plafond esgotado, neste caso iria fazer das tripas coração para resolver logo a coisa antes que a bronca estourasse. Sendo a maior freguesia de Braga e a que mais dinheiro tem já devia prever no seu orçamento uma verba para acudir a estas situações de emergência social, outras juntas de menor dimensão e mais pobres já inscreveram verbas para esse fim, dada a grave situação do país. Mas não, o Fininho ficou à espera de uma vaga no Albergue.
É nestes casos que se vê a grandeza dos homens, mas também se conhece quem são os ídolos de pés de barro

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