Já aqui tinha dito e reafirmo: O Fininho Marquês de São Vítor é um homem de lutas.
É só abrir os jornais da paróquia ou as rádios locais e lá
aparece o Fininho a vociferar contra a Câmara, papagueando discursos
repetitivos pela defesa das Sete Fontes ou na defesa das laranjeiras da
Senhora-a-Branca. E ele gosta de aparecer nos jornais, penso até que deve ter
uma avença paga nos diários, pois sempre que expele uma flatulência intestinal,
logo aparece em parangonas nos pasquins locais.
Só que desta vez fiquei admirado, ou talvez não. Então não é
que ele, distraído com a luta das laranjeiras, não deu por ela que debaixo de
uma ponte situada na sua jurisdição autárquica, vivia, há seis meses, um casal
em condições sub-humanas . Oh Fininho isso nem parece teu, então perderes a
oportunidade de apareceres nos jornais com fotografia e tudo a denunciares, a "lutares" por dar um lar digno aquele casal, é de admirar. E foi confrangedor
ver-te naquele ar patético, rebuscando nos teus conhecimentos históricos a
existência dos antigos albergues dos quais só resta um e cheio e que portanto
estavas impossibilitado de resolver o problema.
Admirado não fiquei, porque sendo o Fininho um homem de
lutas conheço-lhe poucas ações. E esta exigia acção. As laranjeiras tomam-lhe o
tempo todo. Não teve por isso, conhecimento da situação e quando confrontado com ela,
lamentou a falta de espaço no Albergue. Mas não era de albergue que este casal
necessitava, era de uma casa digna, e aí o Fininho achou-se impotente, apesar
de como autarca da mais rica freguesia de Braga, estar numa situação privilegiada
para exigir da Braghabit um alojamento condigno para o casal. O João Pastorinho
que se queixa sempre deter o plafond esgotado, neste caso iria fazer das tripas
coração para resolver logo a coisa antes que a bronca estourasse. Sendo a maior
freguesia de Braga e a que mais dinheiro tem já devia prever no seu orçamento
uma verba para acudir a estas situações de emergência social, outras juntas de
menor dimensão e mais pobres já inscreveram verbas para esse fim, dada a grave
situação do país. Mas não, o Fininho ficou à espera de uma vaga no Albergue.
É nestes casos que se vê a grandeza dos homens, mas também se
conhece quem são os ídolos de pés de barro
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